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Uber é "arrogante" e precisa amadurecer sua atitude, diz investidor

Sócio da Union Square Ventures, de NY, aponta que plataforma de caronas precisa deixar lado "insensível" para fazer seu aguardado IPO.

O aplicativo de transporte Uber, que está crescendo rapidamente no mundo todo, precisa mudar suas táticas caso decida tornar-se uma empresa pública, alertou um investidor de venture capital.


Motorista ao lado de sua Mercedes particular


Sócio-gerente da Union Square Ventures, Fred Wilson disse que o Uber precisa deixar de lado sua abordagem "arrogante" e "insensível" caso queira abrir seu IPO e comprovar seu valor de mercado estimado em 40 bilhões de dólares.

"Sua execução insensível combinada com um modo valentão e uma arrogância que eu nunca vi antes. A habilidade de executar vem dessa arrogância e desse modo mais valentão. Mas para tornar-se uma empresa pública, eles precisam descobrir como tornarem-se mais maduros", afirmou Wilson durante a conferência Le Web, em Paris.

O investidor ainda destacou que o Uber costuma implorar por perdão para os governos em vez de pedir por permissão. "Eles (Uber) precisam descobrir como trabalhar com o sistema e não 'ferrar o sistema'", disse.

Recentemente, o aplicativo foi banido na Índia após um dos seus motoristas ser acusado de estuprar uma passageira. Agora, o Uber surpreendeu ao admitir ser uma empresa de táxi para tentar voltar a operar normalmente no país.

O acontecimento até então inédito chama a atenção uma vez que o Uber costuma afirmar apenas que é uma empresa de tecnologia "que conecta motoristas e passageiros", nunca afirmando ser uma companhia de táxi. Até agora.

O assunto, inclusive, já causou vários protestos de empresas tradicionais de táxi contra o Uber, alegando que o aplicativo adota essa estratégia para evitar custos com documentos regulatórios, entre outros.

De acordo com o jornal indiano Economic Times, essa é a primeira vez que o Uber decidi entrar com um pedido para atuar como uma empresa de táxi no mundo. Na Índia, uma empresa de táxi precisa ter uma frota mínima de 200 veículos, um call-center 24 horas e um botão de pânico nos veículos.

Além disso, o Uber também recebeu interdições e ordens de proibição em vários locais da Europa, incluindo Berlim e Bruxelas. Taxistas de Londres também protestaram contra a empresa e tribunais de Paris vão decidir nesta semana se o serviço será liberado para operar na capital francesa.

Wilson disse que a Europa é um "lugar difícil" para a nova geração de empresas que estão querendo entrar na chamada economia de compartilhamento.

Apesar das críticas do investidor, vale notar que outras empresas disruptivas, como Airbnb, se saem muito bem no "velho continente".

O investidor ainda afirmou que não acredita que empresas como o Uber vão acabar com o sistema de táxi como o conhecemos. "Vão mudar como eles operam seus negócios."

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