Time-to-market é prioridade dos CIOs. Por conta disso cresce interesse por metodologias que reduzem o tempo de entrega de aplicativos
Enquanto as tecnologias móveis dão mais poder aos consumidores, cada vez mais conectados 24x7, a mobilidade e a economia dos aplicativos podem ser o pior pesadelo dos CIOs se a TI não estiver preparada para entregar os apps na velocidade que os clientes esperam.
"Time-to-market é a prioridade número 1 dos CIOs. O consumidor hoje tem paciência zero e a TI corporativa precisa fazer com que apps importantes para a companhia cheguem à mão dos consumidores cada vez mais rápido e sem erros", diz Laércio Albuquerque, presidente da CA Technologies para a América Latina.
Nesse sentido, diz Laércio, o poder da mobilidade pode representar uma "mão pesada" sobre a equipe de TI. "Com as ferramentas de hoje, o problema não é fazer o app. O que complica é o tempo de testar, corrigir erros e garantir que o app está seguro para chegar às mãos do consumidor".
Acelerador
Pelos processos tradicionais em que o desenvolvimento de software e as operações de TI são entidades separadas, esse prazo tende a ser sempre muito maior do que o tempo que o consumidor está disposto a esperar ou que a concorrência e o mercado exigem das empresas.
A metodologia de DevOps - em que desenvolvimento e operações trabalham de forma integrada acelerando o ciclo de produção de software - surge nesse contexto como um "atalho" para cortar caminho na direção de colocar os aplicativos na rua mais rapidamente. Associada às práticas de programação ágil, a DevOps é o "the new black" para as equipes de TI corporativa e é o território onde a CA Technologies está fincando sua bandeira com a oferta de um conjunto de software para automatizar os processos.
Pesquisa
O cenário é promissor. Uma pesquisa recente, encomendada pela CA e conduzida pela empresa inglesa Vanson Bourne com 1,4 mil executivos e líderes de TI em 15 países, mostra que no Brasil, das 150 empresas entrevistadas, 73% já adotam conceitos de DevOps, bem à frente da média global, de 24%. A pesquisa indica ainda que outras 21% pretendem usar DevOps nos próximos dois anos e 6%, em um prazo de 3 a 5 anos. Os setores mais interessados são Telecom e Mídia e Entretenimento.
As empresas que adotam o DevOps mencionam, como efeitos positivos, média de crescimento de receita de 29%, velocidade de correção e manutenção dos aplicativos 30% mais rápida e aumento de 29% na colaboração entre departamentos.
Para 78% dos entrevistados brasileiros, o maior ganho com a adoção às práticas de DevOps foi o aumento na frequência de lançamentos de softwares, seguido pela redução no tempo gasto com manutenção e correção de aplicativos (71%) e a diminuição do time-to-market (70%). São esperados ainda resultados como a disponibilidade do software em mais plataformas (72%), a melhoria do desempenho dos aplicativos (59%) e mais colaboração entre os departamentos (48%).
Mercado
"O que vemos em nossa pesquisa é que esse conceito já convenceu as empresas brasileiras, que entendem seus benefícios e agora se preparam para implementá-la em suas áreas de TI", afirma o diretor de Soluções da CA Technologies para América Latina, Rodrigo Bernardinelli.
Segundo o coordenador de pesquisa de software da IDC Brasil, Luciano Ramos, um dos motivos para o interesse crescente em DevOps e metodologias ágeis é a tendência dos negócios serem "software defined", movendo a inteligência do hardware para o software. As áreas de TI estão num processo de reinvenção da arquitetura ao adotar ambientes virtuais, nuvem e TI como serviço.
Os aplicativos, diz Ramos, precisam ir pelo mesmo caminho. "O foco da TI é fornecer aplicações elásticas, que podem aumentar ou diminuir a capacidade de entrega dependendo da demanda. Não falamos mais em quantas transações elas suportam mas sim o quanto elas são elásticas", diz o analista.
Nova cultura
A TIM Brasil é uma das empresas que adotou a solução CA LISA e o conceito de DevOps para virtualizar serviços e realizar testes simulando os diferentes ambientes e cenários para acelerar a entrega de aplicações livres de erros ou bugs.
A operadora reduziu a quantidade de ambientes físicos de teste e eliminou 36 sistemas legados que passam agora a ser simulados no ambiente virtual. Leonida Auriemma, gerentes de Clientes da TIM Brasil, explica que 8 mil operadores foram treinados em cerca de um mês usando o ambiente virtualizado para simular aplicações reais.
O projeto de DevOps foi implementado na TIM com a consultoria Capgemini e, segundo Auriemma, hoje utiliza apebas dois profissionais internos para criar novas simulações e ambientes de testes. "O acelerador de processos agora é parte integrante da nossa cultura e não abrimos mão dele", diz o executivo, explicando que um dos desafios foi exatamente mudar a cultura interna e também a dos fornecedores.
Silvia Bassi