Além da restrição de vagas, mercado sofre com pirataria e altos impostos.
"Com uma população jovem e numerosa, interessada por games e estável economicamente, o Brasil vem crescendo no mercado de games. Os dados revelam que cerca de 42% da população joga algum timo de jogo (seja em um console, em um portátil, no computador ou até no celular). A procura por cursos superiores criados por algumas universidades brasileiras também é grande.
A pesquisa mais recente sobre o mercado foi divulgada pela Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames). Foram contabilizadas 42 empresas que produzem software para jogos eletrônicos no Brasil - tanto jogos quanto parte deles. Elas estão mais concentradas em São Paulo. O produto nacional bruto do setor de jogos é de R$ 87,5 milhões, somando a produção de hardware e software. De acordo com a pesquisa, 43% da produção nacional de software para jogos são destinadas à exportação, enquanto quase 100% do hardware fabricado destinam-se ao mercado interno. O faturamento da indústria brasileira representa apenas 0,16% do faturamento mundial com jogos eletrônicos. O salário médio dos profissionais da área (basicamente artistas gráficos e programadores) gira em torno de R$ 2.272,00.
Mas quais seriam os maiores obstáculos para o crescimento deste mercado? A alta carga tributária é certamente um entrave. Impostos altos sobre os softwares de videogames impedem o crescimento dessa indústria e favorecem a pirataria. O mercado interno, fortemente afetado pelo mercado negro e pela importação ilegal, faz a indústria nacional depender principalmente de exportação. Pela falta de dados concretos e falta de mercado oficial, é difícil convencer o governo de que a redução nos tributos poderia aumentar a arrecadação total.
Além da pirataria e dos impostos altos, outro problema é a escassez de vagas. Há no país apenas cerca de 600 profissionais atuando na criação de jogos eletrônicos, em 42 empresas que atuam no ramo. Dessa forma, o mercado fica com poucas opções de emprego para essas pessoas.
Sonho de infância de muitos, trabalhar na área pode se transformar sim em realidade. Porém é preciso uma excelente preparação e desenvolvimento de diversas habilidades. Não basta apenas gostar de jogar: é preciso conhecimento em desenvolvimento de softwares específicos, em design e também em comunicação, no caso dos advergames (jogos utilizados em campanhas de marketing). Atualmente, a saída para os profissionais da área acaba sendo o mercado internacional.
Bicampeão mundial no maior campeonato de desenvolvimento de games do mundo, o Imagine Cup, o Brasil tem muito a crescer neste mercado. Para quem quer se aprofundar no assunto, vale a pena ler a análise do designer de jogos norte-americano James Portnow, publicada no Gamasutra, conceituado e famoso site de games nos EUA. Link: http://www.gamasutra.com/php-bin/news_index.php?story=26645"