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IA deverá ser fator diferenciador entre smartphones

A Gartner prevê que 80% dos smartphones comercializados em 2022 terão capacidade de inteligência artificial integradas e apresenta as dez principais tendências identificadas.


Foto do Huawei Mate 10

A inteligência artificial (IA) vai em breve estar entre as funcionalidades diferenciadores críticas dos smartphones. Os fabricantes vão tirar partido destas características quer para captar novos clientes quer para manter os actuais, avança a Gartner.

As soluções de IA nos telemóveis vão tornar-se essenciais para os planos de desenvolvimento dos fabricantes nos próximos dois anos. Em causa está a mudança de paradigma no mercado que deixa de ser apenas a venda de produtos tecnológicos para passar a incluir experiências personalizadas e cativantes, referem os analistas.

A Gartner prevê que, em 2022, 80% dos smartphones vendidos terão capacidades de IA integradas. O ano passado apenas 10% dos dispositivos tinham esse tipo de funcionalidades.

A Inteligência Artificial integrada está actualmente limitada a dispositivos topo de gama e permite mais proteção dos dados e melhor gestão da energia do que a IA assente na cloud, uma vez que os dados são processados e armazenados localmente.

"Com os smartphones a tornar-se cada vez mais uma 'commodity', os fabricantes estão a procurar formas de diferenciais os seus produtos", refere CK Lu, director e analista na Gartner. "As próximas capacidades de IA permitirão aos smartphones aprender, planear e resolver problemas para os utilizadores", explica. "Para já, as capacidades de IA nos smartphones ainda estão a dar os primeiros passos".

10 utilizações para smartphones com IA

A Gartner identificou 10 tipos de utilizações de IA em smartphones, com elevado impacto, e que poderão contribuir para que os fabricantes consigam disponibilizar mais valor para os seus clientes.

"Nos próximos dois anos, a maioria dos casos de uso serão ainda sobre a exploração de uma única capacidade e tecnologia de IA", refere Roberta Cozza, directora e analista na Gartner. "No futuro, os smartphones irão combinar duas ou mais capacidades e tecnologias de IA disponibilizando experiências de utilização avançadas".

1 ‒ "Eu-Digital"

Os smartphones serão uma extensão do utilizador, capazes de os reconhecer e prever os seus próximos passos. Vão compreender quem eu sou, o que quero, quando o quero e como é que o quero feito e vão executar tarefas de acordo com as suas intenções.

"O seu smartphone vai acomapnhá-lo ao longo do dia, aprender, planear e resolver problemas para si", refere Angie Wang, analistas principal na Gartner. "Vai tirar partido dos seus sensores, câmaras e dados para executar essas tarefas automaticamente. Por exemplo, numa casa conectada, poderá mandar o robot-aspirador limpar a casa quando estiver vazia ou ligar equipamentos na cozinha 20 minutos antes da sua chegada".

2 ‒ Autenticação do utilizador

As autenticações simples baseadas em passwords estão a tornar-se demasiado complexas e pouco eficientes, resultando em segurança enfraquecida, pior experiência de utilização e maiores custos de propriedade.

A tecnologia de segurança, combinada com aprendizagem automática, biometria e comportamento do utilizador vão melhorar a usabilidade e as capacidades de auto-serviço. Por exemplo, os smartphones podem capturar e aprender o comportamento do utilizador, incluindo padrões quando anda, desliza ou pressiona o telemóvel ou como digita, sem necessidade de passwords ou autenticações activas.

3 ‒ Reconhecimento de emoções

Os sistemas de reconhecimento de emoções e computação afectiva permitem aos smartphones detectar, analisar e responder aos estados emocionais das pessoas. A proliferação de assistentes pessoais virtuais e outras tecnologias baseadas em IA para sistemas conversacionais está a conduzir à necessidade de adicionar inteligência emocional para melhorar a contextualização e a experiência de serviço. Os fabricantes de automóveis, por exemplo, podem utilizar a câmara frontal do smartphone para se inteirar da condição física do condutor ou calibrar os níveis de fadiga para aumentar a segurança.

4 ‒ Compreensão de linguagem natural

O treino contínuo e a aprendizagem profunda nos smartphones vai melhorar a precisão do reconhecimento da fala e melhorar a compreensão das intenções específicas dos utilizadores. Por exemplo, quando um utilizador disser "o tempo está frio", dependendo do contexto, a sua real intenção poderá ser "por favor encomende-me um casaco online" ou "por favor ligue o aquecedor". A compreensão da linguagem natural poderá também ser utilizada na tradução de voz em quase-tempo-real em smartphones quando viaja para o exterior.

5 ‒ Realidade aumentada

Com o lançamento do iOS 11, a Apple incluiu a função ARkit que disponibiliza novas ferramentas para programadores adicionarem realidade aumentada (RA) mais facilmente nas aplicações. Também a goolge anunciou a ferramenta de desenvolvimento de realidade aumentada ARCore para Android e planeia disponibilizar RA de raiz no próximo ano. Um exemplo de como a RA pode ser utilizada em aplicações é ao ajudar a recolher dados de utilizadores e detectar doenças tais como o cancro da pele ou do pâncreas.

6 ‒ Gestão de dispositivos

A aprendizagem automática vai melhorar o desempenho dos dispositivos e o tempo de "standby". Por exemplo, com muitos sensores, os smartphones podem compreender melhor e aprender com o comportamento do utilizador quando utilizar determinada aplicação. O smartphone será capaz de manter as aplicações utilizadas frequentemente a correr em segundo plano para uma abertura mais rápida ou desliga-las para poupar memória e bateria.

7 ‒ Perfis pessoais

Os smartphones podem recolher dados para criar perfis pessoais e comportamentais. Os utilizadores podem ter protecção e assistência em modo dinâmico, dependendo da actividade que estão a desenvolver ou do ambiente em que estão. Por exemplo, em casa, no veículo, no escritório ou em lazer. Os prestadores de serviços, como seguradoras podem agora focar-se nos utilizadores em vez de nos activos. Por exemplo, poderão ajustar o valor da apólice de seguro do automóvel com base no comportamento do condutor.

8 ‒ Censura/detecção de conteúdos

Conteúdos restritos podem ser detectados automaticamente. Imagens, vídeos ou texto podem ser assinalados e podem activar-se diferentes tipos de alarmes. O software de reconhecimento pode detectar quaisquer conteúdos que violem qualquer lei ou política. Por exemplo: tirar fotografias em instalações de alta segurança ou partilhar dados confidenciais nos telemóveis pagos pelo empregador vão notificar o TI.

9 ‒ Fotografias personalizadas

A fotografia personalizada permite aos smartphones criar automaticamente fotos "lindas", com base nas preferências estéticas de cada indivíduo. Por exemplo, existem grandes diferenças estéticas entre as culturas orientais e ocidentais. A maioria dos chineses prefere uma aparência pálida, enquanto que os consumidores ocidentais preferem tendencialmente peles bronzeadas.

10 ‒ Analítica de áudio

Os microfones dos smartphones são capazes de ouvir continuamente os sons ambiente. As capacidades de IA no dispositivo poderão identificar esses sons e instruir os utilizadores para desencadearem eventos. Por exemplo, o smartphone ouve o utilizador a ressonar e enviar um sinal para a pulseira para encorajar a pessoa a mudar de posição.

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