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Guerra na música: modelo gratuito do Spotify está em risco?

Num momento em que se renegoceiam contratos, há pressões sobre a empresa sueca para limitar o serviço gratuito de streaming de música. A Apple entra na concorrência.

Não há música dos AC/DC nem de Thom Yorke, dos Radiohead, no Spotify, pela mesma razão que levou Taylor Swift a retirar a discografia do serviço (e a mudar-se para o serviço de Jay-Z, o Tidal): consideram que o streaming gratuito não compensa. O Spotify tem 60 milhões de utilizadores e destes 15 milhões são pagantes, mas as vendas de música estão a cair e existe o receio de que o modelo gratuito arruíne o futuro da indústria. É possível que a empresa seja obrigada a limitar o grátis? Fontes citadas pelo Financial Times dizem que sim, que é isso que a Universal Music pretende na renegociação do contrato com o Spotify para 2016. Em Portugal, a editora considera que os usuários vão passar mesmo a pagar para ter acesso aos catálogos.

Toby Melville/REUTERS
Foto da cantora Taylor Swift
A norte-americana Taylor Swift retirou toda a discografia do serviço Spotfy


"O modelo-base do Spotify sempre assentou na lógica de captação de usuários transitando-os para as tarifas pagas e até à data isso tem funcionado à escala global", afirma ao DN a digital manager da Universal Music Portugal, Carmen Parada. O sistema baseado em publicidade "não é economicamente viável", diz, mas está a tirar os utilizadores dos sites de partilha ilegal, o que é positivo. "No entanto, acreditamos que o futuro dos serviços de streaming passará apenas pelo formato premium", revela.

O problema do Spotify é que oferece um on demand gratuito, isto é, a pessoa pode escolher o que quer ouvir bastando suportar alguma publicidade. Já não tem limites de tempo e se estiver a usar o telemóvel a única diferença é que as músicas tocam em shuffle. "Este modelo gratuito sem dúvida que é apelativo para os fãs, mas acaba por desvalorizar o trabalho de todos os envolvidos no lançamento de qualquer conteúdo", diz ao DN Marco Oliveira, diretor técnico da Baboom - empresa de streaming criada pelo hacker Kim DotCom que está a ser desenvolvida no Porto.

Spotify põe fim aos rumores
Esta semana um rumor sobre o fim da categoria gratuita do Spotify começou a aparecer na rede. Finalmente, o canal de comunicação da empresa decidiu esclarecer o problema alegando que tudo se trata de um falso rumor. A verdade é que os usuários gratuitos correspondem a 75% do serviço do Spotify, e dificilmente a empresa iria abrir mão deles. O que será o grupo que inventou esta história ganhou com isso? Leitores?

O Spotify praticamente se sustenta da habilidade de prover música de forma gratuita, e o grande número de usuários é o que o torna justamente tão desejável para os anunciantes. Esse método funciona, pois, tirando o rádio e os canais oficiais do Youtube, é uma das poucas formas de se ouvir música de graça legalmente.

O Spotify permanece como a maior empresa de streaming musical do mundo, e se você é um usuário do serviço não fique preocupado, nada fará com que a empresa suma com o serviço que a colocou no mapa pela primeira vez. Esta semana mesmo, o dinheiro gerado por serviços de streaming ultrapassou aquele oriundo de serviços de download como o iTunes.

A competição ao trono do Spotify se intensificou este ano, além do recém chegado Beats Music da Apple, temos outros competidores como o Google Play Music, o Deezer e o Tidal.

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