Como o Scrum pode ser útil na sua organização
MARCO AURÉLIO*
Scrum é uma framework para desenvolver e manter produtos complexos, usualmente associado a processos de desenvolvimento de software. Mas, o Scrum é muito mais do que isso, é uma ferramenta de organização do trabalho aplicável a qualquer tipo de organização, em qualquer setor de atividade, gerindo produtos ou serviços mais ou menos complexos.

Scrum: for any project or product development effort
No entanto, seja qual for o tipo de organizações que pretenda implementar Scrum na sua gestão diária, existe um conjunto de regras que não devem ser alteradas. De forma simples, podemos dizer que o sistema é constituído por papéis, fluxos, artefatos e eventos.
Existem somente três
papéis no Scrum, o de
Product Owner, pessoa responsável por garantir os requisitos base do produto, alterações/melhorias, e a entrega final ao cliente, o
Scrum Master, que é o principal responsável pela implementação e gestão do Scrum, um facilitador, um servo-líder (garçom), alguém responsável pelo funcionamento correto da framework, e por último uma
Dev Team ou equipe de desenvolvimento.
Por outro lado, temos os
fluxos, e estes não são mais do que
Sprints. No Scrum o grande objetivo é em cada Sprint entregar uma parte do produto funcional ao cliente final, e que esta tenha grande valor agregado para o cliente.
Normalmente uma
sprint varia entre uma semana a um mês, ou seja, por exemplo, numa sprint de um mês o cliente pode ter quatro incrementos no produto que está a adquirir, na realidade, o cliente está a assistir à construção do produto/serviço.
Ainda no Scrum temos
artefatos, trata-se somente do trabalho ou do valor para o fornecimento de transparência e oportunidades para inspeção e adaptação, antes, no meio e final de um sprint. Os principais artefatos são o
Product Backlog,
Sprint Backlog e
Product Increment.
Por último temos os
eventos, que são acontecimentos que ocorrem durante e no final do sprint. Estamos a falar essencialmente de
reuniões com tempos e objetivos muito bem definidos.
Daqui destacamos o
Sprint Planning Meeting, ou seja, a reunião de kick-off de cada sprint, o
Daily Scrum, uma fantástica reunião diária de 15 minutos, em pé, onde é discutido o que se faz no dia anterior, o que se vai fazer nesse dia, e principais obstáculos encontrados, e ainda o sprint review e o sprint retrospective.

Mas, afinal, onde é que o Scrum pode ser útil à sua organização? O Scrum é constituído por três
pilares: transparência, inspeção e adaptação, onde em organizações que aplicam o Scrum corretamente, significa: redução dos prazos de realização dos projetos/produtos/serviços, redução dos custos, uma vez que o cliente acompanha o processo de desenvolvimento do projeto/produto/serviço, e acima de tudo cria um sentimento de união entre toda a equipa Scrum e também desta com os principais
stakeholders.
Quando os
valores de comprometimento (comprometer-se com a equipe e a meta da sprint), coragem (ser transparente, mas disposto a mudar mesmo que isso signifique que você está errado, ou que a sua opinião não é a direção que a equipe está indo), foco (na sprint e em seu objetivo), abertura (chamar a atenção somente quando há algo que o impeça de ter sucesso) e respeito (ajudar as pessoas a aprender as coisas em que você é bom e não julgar as coias que os outros não são bons) são assumidos e vividos pelo Time Scrum, os pilares do Scrum de transparência, inspeção e adaptação tornam-se vivos e constroem a confiança para todos.
Então, se você quer aplicar o Scrum na sua empresa que não é uma grande organização que desenvolve software, também é possível.
Vamos tomar como exemplo uma empresa de consultoria financeira que queira implementar o Scrum e que tenha um quadro de pessoal muito reduzido, com um diretor, um gestor de clientes, três consultores e uma pessoa de apoio administrativo.
O primeiro passo é atribuir papéis, o diretor, por exemplo, poderia acumular a responsabilidade de Scrum Master, o gestor de clientes mudar o nome para Product Owner mudando um pouco a forma como se relaciona com os clientes, e a Dev Team, passar a funcionar como uma equipa produtiva, deixando cada consultor de trabalhar um projeto do início ao fim, e passando todos a desenvolver uma parte do projeto como equipa multi-disciplinar que eram.
O objetivo esperado é claro: aumentar o faturamento e entregar os projetos no prazo.
Marco Aurélio é CEO da Go2web