A ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica - regulamentou, em 25 de agosto, as regras para o uso de internet e TV a cabo pela rede elétrica de energia.
A ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica - regulamentou, em 25 de agosto, as regras para o uso de internet e TV a cabo pela rede elétrica de energia. O assunto em si não é novidade. Desde 2000 se fala nesta tecnologia e suas aplicações. A boa notícia é que agora as empresas interessadas em explorar o serviço no Brasil poderão iniciar suas operações. Em abril deste ano a ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações - homologou a tecnologia, mas faltava o "aval" da ANEEL para as coisas começarem a caminhar nessa direção.
A grande revolução que isso pode trazer é a possibilidade de acesso à internet em locais que não dispõe de infra-estrutura (cabeamento) de internet banda larga. E é exatamente dessa maneira que ela está sendo testada no Brasil. Uma das cidades escolhidas para os testes de conexão via rede elétrica foi a cidade de Barreirinhas, no Maranhão. Porta de entrada para o paradisíaco Parque Nacional de Lençois, foi o lugar que os executivos japoneses da Panasonic elegeram para testar o serviço. Além de Barreirinhas, a nova tecnologia está sendo testada no Rio Grande do Sul, Paraná e em São Paulo (capital).
Denominada PLC (Power Line Communications) ou BPL (Broadband Over Powerlines), essa tecnologia funciona inserindo os dados de internet nos mesmos cabos em que a energia é transmitida, só que numa frequência muito mais alta. Não é necessário fazer nenhum tipo de mudança ou obra na fiação, apenas ajustes na rede, pois, segundo especialistas, a rede elétrica no Brasil é muito instável, o que atrapalharia a navegação. Segundo Eduardo Kitayama, consultor técnico de vendas da Panasonic Brasil, os modems que estão sendo testados transmitem e recebem dados a uma velocidade de até 200mbps. O que não quer dizer que o serviço será oferecido nessa velocidade, mas é possível. Hoje, o serviço de internet banda larga é oferecido no Brasil com velocidades de no máximo 30Mbps.
No Japão a Panasonic comercializa a tecnologia desde 2006, tendo uma participação de 95% no mercado de tecnologia Japonês. Ainda segundo Eduardo, "existe uma grande preocupação com a disseminação da Internet e com o uso inteligente da rede elétrica. Por isso o PLC é uma tecnologia tão importante, pois permitirá que mais pessoas tenham acesso à informação por meio de uma infra-estrutura já existente e, ao mesmo tempo, otimizará o uso da rede elétrica no Brasil". Das residências brasileiras, 20 milhões ainda não tem rede de telefonia, mas 99% possuem acesso a rede elétrica.